A história mais aceita dessa entidade é que ele tenha nascido no povoado de Bodocó, sertão pernambucano. E sua família precisou mudar para Recife, devido a uma grande seca que devastou toda a região.
Infelizmente, quando menos esperava, o menino José dos Anjos perdeu toda sua família, vítima de uma doença desconhecida. Sem ter para onde ir, se criou no rua no meio do porto, se sustentando como podia.
Dormia em meio a malandragem e trabalhava como garoto de recados, cresceu tendo a noite em suas mãos: amava os jogos e as mulheres.
Zé possuía grande habilidade com facas, ninguém tinha coragem de enfrentá-lo, era temido até mesmo pela polícia. Na juventude, decidiu então mudar-se para o Rio de Janeiro, e logo passa a ser conhecido nas áreas boêmias da cidade. O caboclo de sangue quente encontra-se em um cenário de transformação, onde os mais pobres começam a povoar pedaços das cidades em desenvolvimento, surgindo assim as favelas.
Exímio conhecedor de tratamentos com ervas (adquirido entre o povo nordestino), temido nas mesas de jogos e apostas, e principalmente um grande galanteador, não se sabe ao certo como aconteceu o assassinato do Zé, mas pode-se afirmar que foi pelas costas. Pois não havia ninguém no litoral carioca capaz de enfrentar o Pilintra frente a frente.
As características de Zé Pilintra
Zé Pilintra na Umbanda é a única entidade que é aceita em dois rituais – que são totalmente opostos – na Linha da Esquerda (Linha da sombra, regida pelo Orixá Exú, onde apresenta maior ligação e sintonia com as características humanas para entregar os aconselhamentos) surge como um tipo de Exú junto com os Exús e Pombagiras e na Linha da Direita, (lado da Luz, de onde regem todos os outros Orixás) ele se apresenta com os Malandros nos rituais de Caboclos e Pretos-Velhos.
O Zé Pilintra aparece no terreiro – assim como todo Malandro – para tirar energias negativas, expulsar ações malignas que são geradas pelo preconceito, trazer purificação para a alma dos que necessitam, cura para todos setores e abertura de caminhos para todo tipo de assunto.
Ele possui um linguajar simples, boêmio. Faz referências à vida como um jogo, pois em seus conselhos ele procura orientar-nos de que esse plano é uma fase e temos que simplesmente aprendermos a jogar, onde todas as vitórias devem ser comemoradas e as derrotas são para fortalecimento e conhecimento para que não mais cometamos o mesmo erro.
Suas vestimentas são bem conhecidas, e uma característica interessante é a de não usar preto. Desta forma é representado sempre trajando ternos brancos, sapatos cromo, gravata vermelha e chapéu panamá de fita vermelha e muitas vezes também aparece de bengala. Uma das suas principais características é a elegância, molejo e simpatia.
Oferendas a Zé Pilintra
IMPORTANTE: toda oferenda deve ser orientada por alguém responsável do Candomblé ou Umbanda, cada Orixá ou Guias possuem suas peculiaridades que devem ser respeitadas e guiadas por quem os conhecem após anos de prática na religião.
Zé aprecia muitos tipos de comida, mas a suas favoritas são originárias da sua região nordestina. Por isso, Farofa de linguiça, linguiça frita, sardinhas fritas ( de preferencia no óleo de Dendê), abobora com carne seca, queijo Coalho, Jiló, coco e rapadura, fazem parte de sua lista.
Outros agrados também é cerveja branca bem gelada, velas, cigarros, jogos e moedas. Seus principais pontos de força, estão nas ladeiras dos morros, nas encruzilhadas e esquinas.
Dia de Zé Pilintra
Dia 28 de outubro é comemorado em sua homenagem, porém os dias da semana variam bastante por conta das Linhas diferentes em que atua. Os que estão a trabalho de quebra de demanda, possuem a terça-feira como principal dia, já os que surgem para a cura, o sábado é o melhore dia.
Inspirações em frases
” Moço, se a vida tá te batendo tanto, é porque tu aguenta, é porque tu é forte”;
“Às vezes a maior sabedoria é parecer não saber nada”;
” Moça, ter proteção não quer dizer necessariamente que tudo sempre vai dar certo. Ter proteção quer dizer que mesmo quando tudo dá errado, acaba bem”;
” O plantio é livre, mas a colheita é obrigatória”;
” Escolho bem os meus inimigos, pois não dou a qualquer um a honra de me enfrentar”;
” Você pode até não ter dinheiro, mas se te invejam é por que você tem valor!”.
Saudação ao Zé Pilintra
” Salve Seu Zé Pilintra! Salve os Malandros! Salve a Malandragem!”
Aprenda com Zé Pilintra que nada importa o que os outros acham, nós somos responsáveis por nossa felicidade e a real missão nesse mundo é descobrirmos os melhores caminhos para alcançá-la, pois não há no mundo o que pague o valor da felicidade.